Pular para o conteúdo principal
                                       

Fábula | Onde o sucesso é punido e o fracasso é premiado

Fábula | Num reino tão, tão distante, chamado Burrália, viviam milhares de asnos — grandes apoiadores do Regime Porconista do Rei Porco.
Eram criaturas dóceis, desde que ninguém ousasse questionar o velho e sujíssimo Rei Porco, que governava com um sorriso gorduroso e uma coroa feita de moedas alheias. Mas bastava ouvirem algo que contrariasse suas convicções doutrinárias para se tornarem animais perigosíssimos.

Em Burrália, produzir era quase pecado. Quem ousava plantar, construir, crescer ou inovar era punido com o chicote das taxas e o grilhão dos impostos. Os que persistiam, era chamado de “malvados”, eram perseguidos pelos arautos do rei, que gritavam nas praças:

“Viva a bolsa capim!”

Trabalhar virou heresia — o verdadeiro mérito agora é não fazer nada e aplaudir quem toma tudo.

O “bolsa capim” era as algemas invisíveis do reino. Distribuído com pompa e discursos inflamados, mantinha os asnos mansos, com a barriga razoávelmente cheia e a mente vazia. Eles pastavam felizes, repetindo o mantra:

“Temos que manter o rei Porco no poder, para sempre!”

Enquanto isso, os porcos do palácio banqueteavam-se com iguarias trazidas das fazendas das Onças Pintadas que produziam de sol à sol sem descanso, que ainda resistiam. Mas esses estavam exaustos. Cada vez que tentavam crescer, o rei inventava uma nova taxa:

• A Taxa do Sucesso
• O Imposto do anticrescimento
• A Contribuição para causas Porconistas

E assim, Burrália afundava em um lamaçal de doutrinação e corrupção. Os asnos, doutrinados desde o berço, não percebiam que sem quem produzisse, não haveria capim. Sem capim, não haveria bolsa. E sem bolsa, não haveria rei.

A receita é simples, o regime autoritário Porconista, a escola, a TV, a rádio e todo aparato do reinado está pronto para doutrinar, porque o regime Porconista precisa de animais frágeis, pobres, de cabeça vazia e totalmente dependente do Estado.

No regime Porconista a salvação não é Deus, é o Estado.

Palavras-chave:
Fábula política, crítica social, regime autoritário, doutrinação, impostos, dependência estatal, sátira, produção versus parasitismo, Rei Porco, Burrália.

Descrição:
Fábula | Onde o sucesso é punido e o fracasso é premiado
Uma fábula satírica sobre o reino de Burrália, onde o sucesso é punido e o fracasso é premiado. Com humor ácido, revela os perigos da doutrinação estatal, da dependência e da inversão de valores sob o Regime Porconista do Rei Porco.

Por:
Alex M. para OpenLinks

Arte:
Alex M.


VEJA TAMBÉM

Fábula | A Abelha e a Mosca
Fábula da abelha e da mosca revela como argumentos e verdades não convencem quem escolheu viver na mentira. Uma reflexão sobre ignorância voluntária e inversão de valores.




© OpenLinks | Conectando você ao que importa.

Veja também

Ilumine-se | Quando o povo declarou Deus morto, as bandeiras eram vermelhas

Fé | Durante o regime comunista de Josef Stalin, a União Soviética viveu um dos períodos mais sombrios da história moderna no que diz respeito à liberdade religiosa e à dignidade da família. A ideologia marxista-leninista, que sustentava o comunismo soviético, via a religião como um obstáculo ao progresso revolucionário. Deus era considerado um inimigo do Estado, e a fé cristã, uma ameaça à doutrina materialista que buscava moldar o homem à imagem do partido — não à imagem de Deus. A tentativa de apagar a fé A perseguição aos cristãos foi sistemática. Igrejas foram demolidas, padres e bispos foram presos, enviados aos Gulags ou executados. A educação foi secularizada, e o ensino religioso proibido. A propaganda estatal promovia o ateísmo militante, ridicularizando a fé e apresentando a religião como superstição retrógrada. A frase “Quando o povo declarou Deus morto, as bandeiras eram vermelhas” resume bem esse espírito: o comunismo não apenas negava a existência de Deus, ma...

Fábula | A Suprema Verdade do Rei Porco

Fábula | Num reino tão, tão distante chamado Burrália, reinava velho Porco — um soberano de trono imundo e ambições gordurosas. Seu castelo, outrora símbolo de sabedoria e justiça, agora mais parecia um chiqueiro: lama por todos os lados e um cheiro de mentira que impregnava até os muros. Porco subiu ao trono prometendo prosperidade, mas entregou miséria. Seu maior capital político era a pobreza — quanto mais miserável o povo, mais fácil mantê-lo sob controle. Antes da ascensão do Porco, o reino chamava-se Alvorada — terra de luz, razão e prosperidade. Mas com sua chegada ao trono, tudo mudou, os sinos da verdade foram silenciados, a lama cobriu os jardins da sabedoria, e o nome do reino foi rebatizado para Burrália — onde pensar virou crime e a ignorância é virtude. Sua esposa, a rainha galinha Deslumbrada — vaidosa, ruidosa e obcecada por grifes internacionais — torrava sem pudor as riquezas do reino. Enquanto isso, no Tribunal da Suprema “Verdade”, reinava um personagem...

Opinião | A Morte do Diálogo: Quando Pensar Virou Pena de Morte

Opinião | A morte de Charlie Kirk não foi apenas o fim trágico de uma vida. Foi o símbolo de algo maior e mais preocupante: o assassinato do próprio diálogo. Quando um pensador conservador é executado em plena universidade — espaço historicamente dedicado ao debate de ideias — o que está em jogo não é apenas a segurança pública, mas a liberdade de expressão em sua essência. Charlie Kirk, fundador da organização conservadora Turning Point USA, era conhecido por sua defesa firme de valores tradicionais, pela crítica ao progressismo e por sua disposição em debater frente a frente com opositores. Sua presença em universidades era frequente, justamente para fomentar o confronto saudável de ideias. Mas no dia 10 de setembro de 2025, esse confronto foi substituído por um disparo fatal. Um estudante, motivado por ódio ideológico, decidiu que discordar não era suficiente — era preciso eliminar. O que se seguiu foi ainda mais alarmante. Nas redes sociais, milhares de militantes de ...

Opinião | A culpa não é minha, é dos outros

Opinião | O Brasil tem tudo: solo fértil, água abundante, biodiversidade, matriz energética renovável e um povo resiliente. Mas falta algo essencial — um “Projeto de País” . Enquanto isso, os políticos seguem com o “Projeto do Dinheiro Imediato” , olhando para o próprio umbigo, gastando sem propósito, desviando recursos, promovendo corrupção sistêmica, tomando decisões populistas e adotando políticas que sacrificam o longo prazo. O resultado é devastador: o país perde sua capacidade de gerar prosperidade de forma sustentável, sabotando seu próprio futuro. A velha receita de multiplicar ministérios com o único propósito de acomodar aliados. A estrutura incha, estado gigante, os cargos se acumulam, e o contribuinte paga a conta. Enquanto bilhões da Lei Rouanet sustentam o silêncio conveniente de artistas militantes, faltam recursos para o básico: livros nas escolas e medicamentos nos hospitais. Contando com o aumento do IOF, o governo Lula já fez 24 anúncios de criação ou eleva...

Frases | Um cara sem dente e ainda negro...

Frases | Luiz Inácio Lula da Silva - É um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores. O maior líder da Esquerda do Brasil. “Você acha isso bonito? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro.”  Luiz Inácio Lula da Silva 🅘 Durante discurso em Sorocaba (SP), o petista relatou ter criticado uma fotografia que mostrava um “senhor negro, alto, sorrindo sem nenhum dente na boca”, ao lado de uma “senhora bonitona” com “bochecha bem vermelha”, que ele associou a descendentes de italianos ou alemães do Sul do país. Lula afirmou ter mandado retirar a página e questionado o ministro. “Você acha isso bonito? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro. Fonte: Conexão Política Por: Alex M. para OpenLinks Arte: Alex M. VEJA TAMBÉM 40 frases memoráveis de Lula Nunca antes na história deste...

Opinião | Crime de Opinião: A Normalização do Silêncio

Opinião | A perseguição a opositores políticos é uma das marcas mais evidentes das ditaduras modernas, o simples ato de opinar pode se transformar em transgressão. O que antes era considerado parte essencial do debate democrático — a divergência de ideias — hoje é, em muitos contextos, tratado como ameaça à ordem. O crime de opinião, embora juridicamente controverso, tornou-se prática comum em regimes autoritários e, surpreendentemente, também em democracias fragilizadas. A criminalização da palavra não se dá apenas por leis explícitas. Ela se manifesta em perseguições veladas, cancelamentos públicos, demissões arbitrárias e processos judiciais que visam intimidar. O alvo não é o conteúdo da fala, mas o direito de falar. Quando o medo de represálias supera a vontade de se expressar, o silêncio se torna norma — e a censura, rotina. Países que antes se orgulhavam de sua liberdade de imprensa agora convivem com jornalistas censurados, opinião silenciada e cidadãos coagidos...

Fábula | A Abelha e a Mosca

Fábula | Num dia ensolarado, entre campos floridos e aromas doces, uma abelha trabalhava incansável. Voava de flor em flor, colhendo o néctar das flores para produzir o mel que alimentaria sua colmeia. Era uma vida simples, mas cheia de propósito — cercada pela beleza da natureza e pelo esforço honesto. Ao se aproximar da cidade, a abelha viu algo que lhe causou espanto: uma mosca, pousada num monte de lixo, lambendo fezes, o mau odor era horrível. O contraste era gritante. A abelha, curiosa e generosa, decidiu conversar. — Dona Mosca, por que vive nesse monte de sujeira? Há campos floridos, ar puro, e o mais puro e doce néctar... Você poderia experimentar uma vida melhor. A mosca, sem levantar voo, apenas resmungou: — Aqui é onde encontro o que gosto. É fácil, é farto, é meu. A Abelha, paciente, passou o dia inteiro tentando mostrar as vantagens do mel. Falou da leveza do voo entre flores, da harmonia da colmeia, da doçura que alimenta e cura. Explicou que, ao visi...

Ilumine-se | A Coragem para Ver a Verdade

Fé | Vivemos tempos em que a verdade parece cada vez mais incômoda. Ela não grita, mas incomoda. Não se impõe, mas revela. E, por isso mesmo, exige coragem — não apenas para proclamá-la, mas para enxergá-la. A Coragem para Ver a Verdade Jesus nos advertiu: _ “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” _ (João 8,32). Mas essa liberdade não é confortável. Ela nos tira da zona de segurança, nos confronta com nossas incoerências e nos chama à conversão. Ver a verdade é um ato de humildade, mas também de valentia. Porque quem vê, não pode mais fingir que não viu. Santa Teresa de Ávila dizia: _ “A verdade padece, mas não perece.” _ E, de fato, ela pode ser ignorada por um tempo, distorcida por interesses, silenciada por medo — mas permanece. Como uma luz que insiste em atravessar as frestas, mesmo quando tudo parece escuro. A coragem cristã não é bravata. É fruto da fé. É o impulso que vem do Espírito Santo, que nos move a viver segundo o Evangelho, mesmo quando isso nos ...