Fábula | Num reino tão, tão distante chamado Burrália, reinava velho Porco — um soberano de trono imundo e ambições gordurosas.
Seu castelo, outrora símbolo de sabedoria e justiça, agora mais parecia um chiqueiro: lama por todos os lados e um cheiro de mentira que impregnava até os muros.
Porco subiu ao trono prometendo prosperidade, mas entregou miséria. Seu maior capital político era a pobreza — quanto mais miserável o povo, mais fácil mantê-lo sob controle.
Antes da ascensão do Porco, o reino chamava-se Alvorada — terra de luz, razão e prosperidade.
Mas com sua chegada ao trono, tudo mudou, os sinos da verdade foram silenciados, a lama cobriu os jardins da sabedoria, e o nome do reino foi rebatizado para Burrália — onde pensar virou crime e a ignorância é virtude.
Sua esposa, a rainha galinha Deslumbrada — vaidosa, ruidosa e obcecada por grifes internacionais — torrava sem pudor as riquezas do reino. Enquanto isso, no Tribunal da Suprema “Verdade”, reinava um personagem sombrio: de crânio avantajado, olhos esbugalhados e sorriso macabro, sempre envolto numa capa preta. Chamavam-no de Cavalheiro das Trevas. Não se engane: sua cabeça grande não era sinal de inteligência, mas de pura maldade.
Seu papel não era julgar com justiça, mas caçar qualquer criatura que ousasse pronunciar a palavra proibida — verdade.
Costumava dizer ao rei Porco:
— Me diga quem é, que eu direi qual é o crime.
Tinha uma mente brilhante — não para pensar, mas para inventar provas contra quem ousasse raciocinar.
No coração do reino viviam os Asnos. Eram muitos, eram raivosos, especialmente quando alguém criticava o rei Porco. Doutrinados desde pequenos, repetiam todas as asneiras do seu rei como se fossem dogmas sagrados.
As narrativas do rei guiavam toda a imprensa mercenária, perpetuando a burrice. A ignorância virou virtude. Pensar, virou crime.
Os poucos quem ainda ousavam raciocinar eram perseguidos, presos ou forçados a fugir para as Montanhas do Esquecimento. A inteligência tornou-se clandestina. A mentira, lei.
Com o passar dos anos, Burrália se dividiu em duas castas:
• Os Asnos, miseráveis e obedientes, que viviam de migalhas e slogans.
• Os Amigos do Rei, porcos engravatados que nadavam em ouro e riam alto nas festas do palácio.
E assim, o reino ruiu — não por falta de ouro, mas por excesso de silêncio e ausência de sabedoria.
A ignorância era a única mercadoria que Burrália produzia. E esse item, no mercado da dignidade, não vale nada.
Palavras-chave:
Fábula política, corrupção, doutrinação, ignorância, verdade proibida, repressão, satírica, crítica social, distopia animal, poder e manipulação.
Descrição:
Fábula | A Suprema Verdade do Rei Porco
No reino de Burrália , a verdade é crime, a ignorância é lei, e os asnos sustentam o luxo dos porcos corruptos. Uma fábula sobre poder e mentira.
Por:
Alex M. para OpenLinks
Arte:
Alex M.
VEJA TAMBÉM
Fábula | O Asno e o Tigre
Nesta fábula contemporânea, um asno teimoso insiste que a grama é azul, contrariando a realidade e a observação do tigre, que afirma que ela é verde. A história ilustra de forma poderosa como o orgulho e a teimosia podem distorcer a realidade, e como o tempo e a energia devem ser poupados de debates infrutíferos com quem não está aberto ao diálogo com quem escolheu ignorar a verdade.
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Antes da ascensão do Porco, o reino chamava-se Alvorada — terra de luz, razão e prosperidade.
Mas com sua chegada ao trono, tudo mudou, os sinos da verdade foram silenciados, a lama cobriu os jardins da sabedoria, e o nome do reino foi rebatizado para Burrália — onde pensar virou crime e a ignorância é virtude.
Sua esposa, a rainha galinha Deslumbrada — vaidosa, ruidosa e obcecada por grifes internacionais — torrava sem pudor as riquezas do reino. Enquanto isso, no Tribunal da Suprema “Verdade”, reinava um personagem sombrio: de crânio avantajado, olhos esbugalhados e sorriso macabro, sempre envolto numa capa preta. Chamavam-no de Cavalheiro das Trevas. Não se engane: sua cabeça grande não era sinal de inteligência, mas de pura maldade.
Seu papel não era julgar com justiça, mas caçar qualquer criatura que ousasse pronunciar a palavra proibida — verdade.
Costumava dizer ao rei Porco:
— Me diga quem é, que eu direi qual é o crime.
Tinha uma mente brilhante — não para pensar, mas para inventar provas contra quem ousasse raciocinar.
No coração do reino viviam os Asnos. Eram muitos, eram raivosos, especialmente quando alguém criticava o rei Porco. Doutrinados desde pequenos, repetiam todas as asneiras do seu rei como se fossem dogmas sagrados.
As narrativas do rei guiavam toda a imprensa mercenária, perpetuando a burrice. A ignorância virou virtude. Pensar, virou crime.
Os poucos quem ainda ousavam raciocinar eram perseguidos, presos ou forçados a fugir para as Montanhas do Esquecimento. A inteligência tornou-se clandestina. A mentira, lei.
Com o passar dos anos, Burrália se dividiu em duas castas:
• Os Asnos, miseráveis e obedientes, que viviam de migalhas e slogans.
• Os Amigos do Rei, porcos engravatados que nadavam em ouro e riam alto nas festas do palácio.
E assim, o reino ruiu — não por falta de ouro, mas por excesso de silêncio e ausência de sabedoria.
A ignorância era a única mercadoria que Burrália produzia. E esse item, no mercado da dignidade, não vale nada.
Moral da História
Quando a verdade é perseguida e a ignorância exaltada, o reino não cai por fora — ele apodrece por dentro.Palavras-chave:
Fábula política, corrupção, doutrinação, ignorância, verdade proibida, repressão, satírica, crítica social, distopia animal, poder e manipulação.
Descrição:
Fábula | A Suprema Verdade do Rei Porco
No reino de Burrália , a verdade é crime, a ignorância é lei, e os asnos sustentam o luxo dos porcos corruptos. Uma fábula sobre poder e mentira.
Por:
Alex M. para OpenLinks
Arte:
Alex M.
Fábula | O Asno e o Tigre
Nesta fábula contemporânea, um asno teimoso insiste que a grama é azul, contrariando a realidade e a observação do tigre, que afirma que ela é verde. A história ilustra de forma poderosa como o orgulho e a teimosia podem distorcer a realidade, e como o tempo e a energia devem ser poupados de debates infrutíferos com quem não está aberto ao diálogo com quem escolheu ignorar a verdade.

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