Pular para o conteúdo principal
                                       

Fábula | O Asno e o Tigre

Fábula | Num belo dia ensolarado, o asno pastava tranquilamente quando avistou o tigre passando por ali. Tentando puxar conversa, disse com toda convicção:
— Que linda está a grama hoje. Azul como o céu!
O tigre, intrigado, parou e respondeu:
— Azul? Mas a grama é verde!
O asno insistiu teimosamente:
— Não, não! Ela é azul. E todo mundo sabe disso.
A conversa rapidamente virou discussão. Para resolver o impasse, os dois decidiram procurar o rei da selva, o leão — considerado o animal mais sábio de toda a floresta.
Na corte real, o tigre apresentou seu ponto com calma:
— Majestade, este asno insiste que a grama é azul, embora saibamos que ela é verde. Peço que esclareça essa questão.
O asno, exaltado, tomou a palavra aos gritos:
— Minha vez de falar! Todos sabem que a grama é azul, azul como o céu! E ponto final!
O leão os observou em silêncio e então disse:
— De fato, a grama é azul.
O asno pulou de alegria e gritou:
— Então exijo que esse tigre seja punido por me perturbar com suas mentiras!
O leão então proferiu sua sentença:
— O tigre será condenado a alguns dias de silêncio.
Enquanto o asno saía festejando sua “vitória”, o tigre, perplexo, perguntou:
— Mas por quê, majestade?
O leão respondeu com serenidade:
— Porque não vale a pena discutir com quem escolheu ignorar a verdade. O tempo é valioso demais para ser desperdiçado com debates inúteis. Um sábio não se deixa arrastar pelas teimosias dos tolos.

Moral da História

Nem toda opinião equivocada merece resposta. Às vezes, insistir em convencer quem não quer ouvir apenas rouba a sua paz e tempo. A verdadeira sabedoria está em reconhecer quando o silêncio vale mais do que mil argumentos.

O tigre não foi punido por discordar — mas por desperdiçar seu tempo precioso tentando fazer alguém enxergar o que se recusa a ver. Escolher com inteligência as batalhas que travamos é um sinal de maturidade.

Palavras-chave:
Teimosia, Ignorância, Sabedoria, Verdade, Discussão inútil.

Descrição:
O Asno e o Tigre
Nesta fábula contemporânea, um asno teimoso insiste que a grama é azul, contrariando a realidade e a observação do tigre, que afirma que ela é verde. A história ilustra de forma poderosa como o orgulho e a teimosia podem distorcer a realidade, e como o tempo e a energia devem ser poupados de debates infrutíferos com quem não está aberto ao diálogo com quem escolheu ignorar a verdade.

Por:
A fábula "O Tigre e o Burro", também conhecida como "A Grama é Azul", não tem um autor específico conhecido. Versão Alex M. para OpenLinks

Arte:
Alex M.


VEJA TAMBÉM

Pensar virou afronta? A crise do pensamento crítico
Em tempos de ruído e polarização, refletir virou desafio. Este artigo defende o pensamento crítico como ato de resistência.




© OpenLinks | Conectando você ao que importa.

Veja também

Opinião | Seis passos para entender a lógica esquerdista

Opinião | A esquerda política se apresenta como a voz dos excluídos, dos injustiçados e dos que lutam contra o “sistema”. Mas por trás dessa retórica, há uma estrutura de pensamento que segue padrões previsíveis. Entender esses padrões é essencial para quem deseja compreender o discurso progressista e suas implicações. Aqui estão seis etapas que revelam como funciona a lógica esquerdista. 1. O mérito pessoal é descartado Para o esquerdista típico, o sucesso individual nunca pode ser fruto de esforço, disciplina ou competência. A narrativa dominante é que conquistas são resultado de privilégios injustos. Reconhecer o mérito seria admitir que a responsabilidade pessoal tem valor — algo incompatível com a visão coletivista. 2. O sucesso alheio é sempre suspeito Empreendedores, profissionais bem-sucedidos ou qualquer pessoa que prospere fora do aparato estatal é vista com desconfiança. A explicação padrão é que houve exploração, trapaça ou roubo. Quando líderes socialista...

Opinião | A Liberdade Individual - Pensamento Conservador

Opinião | A liberdade individual é mais do que um direito garantido por constituições: é o fundamento silencioso que sustenta toda sociedade verdadeiramente civilizada. Em tempos de crescente coletivismo e interferência estatal, reafirmar a importância da autonomia pessoal é um ato de resistência moral e intelectual. Historicamente, as sociedades que prosperaram foram aquelas que reconheceram o indivíduo como agente moral responsável por suas escolhas, ações e consequências. A liberdade não é apenas a ausência de coerção, mas a presença de responsabilidade. Quando o cidadão é livre para agir, ele também é chamado a responder por seus atos, o que fortalece o tecido ético da comunidade. Pensamento Conservador No pensamento conservador, a liberdade individual está intimamente ligada à ordem, à tradição e à moral. Não se trata de libertinagem ou de um relativismo que dissolve os valores, mas de uma liberdade enraizada em princípios. É a liberdade de criar, de empreende...

Fábula | A Abelha e a Mosca

Fábula | Num dia ensolarado, entre campos floridos e aromas doces, uma abelha trabalhava incansável. Voava de flor em flor, colhendo o néctar das flores para produzir o mel que alimentaria sua colmeia. Era uma vida simples, mas cheia de propósito — cercada pela beleza da natureza e pelo esforço honesto. Ao se aproximar da cidade, a abelha viu algo que lhe causou espanto: uma mosca, pousada num monte de lixo, lambendo fezes, o mau odor era horrível. O contraste era gritante. A abelha, curiosa e generosa, decidiu conversar. — Dona Mosca, por que vive nesse monte de sujeira? Há campos floridos, ar puro, e o mais puro e doce néctar... Você poderia experimentar uma vida melhor. A mosca, sem levantar voo, apenas resmungou: — Aqui é onde encontro o que gosto. É fácil, é farto, é meu. A Abelha, paciente, passou o dia inteiro tentando mostrar as vantagens do mel. Falou da leveza do voo entre flores, da harmonia da colmeia, da doçura que alimenta e cura. Explicou que, ao visi...

Opinião | O Mercado das Ideias Prontas: Quando o Ativismo Esquece de Pensar

Opinião | Vivemos uma era em que causas se transformaram em produtos. São embaladas com slogans de impacto, distribuídas pelas redes sociais e consumidas por multidões em busca de pertencimento. Mas nesse frenesi ideológico, algo essencial tem sido deixado de lado: o raciocínio lógico. Assim como escolhemos marcas de roupa que representem nosso estilo, muitos adotam narrativas que combinam com suas emoções do momento — sem examinar com profundidade o que essas ideias realmente defendem. O ativismo, nesse modelo, vira uma vitrine: cada um escolhe o discurso mais conveniente, sem se preocupar com os ingredientes ideológicos por trás da embalagem. Em vez de debates genuínos, vemos frases replicadas como mantras. Slogans encantadores, mas desprovidos de conteúdo real, recheados de narrativas fantasiosas. A repetição transforma essas frases em dogmas. E o dogmatismo, por definição, é a morte do pensamento livre. A incoerência se torna evidente quando alguém apoia simultaneament...

Fábula | O Encantador de Asnos e o Porconismo

Fábula | Num reino tão, tão distante chamado Bananil, reinava velho Porco. Reino atolado em lama e ignorância, onde pensar era crime e obedecer era virtude, reinava o velho Rei Porco — um mestre da manipulação, um artista da mentira, um flautista sujo que encantava as massas com melodias de emburrecimento. Seu trono, feito de promessas podres e bajulações, sustentava o regime Porconista: uma doutrina onde a burrice é celebrada, o fracasso é premiado e a verdade é enterrada viva. Eis os dez passos do Porconismo para transformar o Reino de Bananil num chiqueiro ideológico: 1. O Partido Porconista O partido é Deus. Questionar é heresia. A imprensa virou panfleto, a educação virou lavagem cerebral e a economia virou brinquedo de burocratas obesos. O culto ao líder é obrigatório — quem não aplaude, é inimigo do povo. Quem pensa, é traidor. 2. Educação: A Arte de Emburrecer Ensinar a ler? Só se for para repetir slogans. Compreender? Jamais. A escola virou fábrica de idiotas ú...

História | A história de Magnitsky e a lei que pune abusos globais

História | A morte de Sergei Magnitsky não foi apenas uma tragédia pessoal. Ela se transformou em um marco global contra a impunidade. Advogado e auditor russo, Magnitsky denunciou um esquema bilionário de fraude fiscal envolvendo autoridades do governo. Em vez de proteger o denunciante, o Estado o prendeu. Após quase um ano de tortura psicológica, negligência médica e maus-tratos, ele morreu em uma prisão de Moscou em 2009. A repercussão internacional foi imediata. O caso expôs as entranhas de um sistema que silenciava vozes incômodas e blindava corruptos. Em resposta, o Congresso dos Estados Unidos aprovou, em 2012, a Lei Magnitsky. Inicialmente voltada para punir os responsáveis russos, a legislação evoluiu. Em 2016, surgiu a versão global: a Global Magnitsky Act. Essa lei permite que governos imponham sanções a indivíduos estrangeiros envolvidos em violações graves de direitos humanos ou corrupção. As medidas incluem congelamento de bens, proibição de entrada em territór...

Opinião | Geração nem-nem: juventude sem rumo

Opinião | Imagine uma geração inteira rotulada por aquilo que não faz: não estuda, não trabalha. A chamada: Geração nem-nem — jovens entre 15 e 29 anos que não estão inseridos nem no mercado de trabalho nem no sistema educacional, e são viciados em políticas assistenciais. A chamada “Geração nem-nem”, já ultrapassa os 9,6 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE. Mas será que essa juventude está realmente “acomodada” ou estamos diante de um sintoma mais profundo de um “sistema destrutivo”. O desafio está em reconectar esses jovens com o propósito para vida, educação e o trabalho. O impacto para o país A existência de uma geração tão numerosa fora dos circuitos de formação e trabalho representa um desperdício de potencial humano. Além disso, contribui para o aumento da desigualdade, da violência e da dependência de políticas assistenciais. É um ciclo que se retroalimenta: sem estudo, não há qualificação; sem qualificação, não há emprego; sem emprego, não há renda — e...

Política | Dino: ‘Ato político’, quando a esquerda invadiu a Esplanada ...

Política | Em maio de 2017, todos os prédios da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foram evacuados depois que vândalos de esquerda atearam fogo, quebraram vidros, picharam e invadiram as sedes de alguns ministérios. Na época, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, engrandeceu o ato, que agora é chamado de terrorismo por ele e pela esquerda. Até mesmo a imprensa tratou a invasão dos esquerdistas como “ato” ou “manifestação”. Em maio de 2017, todos os prédios da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foram evacuados depois que vândalos de esquerda atearam fogo, quebraram vidros, picharam e invadiram as sedes de alguns ministérios. Na época, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, engrandeceu o ato, que agora é chamado de terrorismo por ele e pela esquerda. Até mesmo a imprensa tratou a invasão dos esquerdistas como “ato” ou “manifestação”. No domingo 8, quase cinco anos depois do ocorrido, milhares de manifestantes invadiram a E...