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Opinião | Brasil: Onde pichar com batom é mais perigoso que matar

Opinião | O Brasil vive hoje uma era de inversões tão profundas que já não é possível distinguir justiça de espetáculo.
A condenação de Débora Rodrigues, mãe e cabeleireira, a 14 anos de prisão por escrever “Perdeu, mané” com batom na estátua da Justiça, escancara o abismo entre o discurso oficial e a realidade penal do país.

Enquanto homicidas, estupradores e corruptos acumulam benefícios, reduções de pena e progressões de regime, uma mulher que não portava arma, não feriu ninguém e não representava qualquer ameaça institucional foi enquadrada por crimes como golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de Direito. Tudo por uma frase simbólica, escrita com batom.

A mesma Justiça que relativiza crimes hediondos e solta reincidentes com base em tecnicalidades, agora aplica penas desproporcionais a cidadãos comuns que ousam desafiar a narrativa dominante. A punição não é pelo ato — é pela opinião. O sistema penal se tornou seletivo, ideológico e vingativo.

Em maio de 2017, manifestantes de esquerda atearam fogo em prédios públicos, quebraram vidros, invadiram ministérios. Nenhum deles foi condenado por golpe. Nenhum deles recebeu 14 anos de prisão. A diferença de tratamento não está na gravidade dos atos, mas na identidade dos autores.

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O Brasil virou a terra do contrário. Onde pichar com batom é mais perigoso que matar. Onde rezar em frente a um quartel é mais subversivo que incendiar a Esplanada. Onde a liberdade de expressão é crime, e o crime é tratado como expressão.

A Justiça, cega por escolha, enxerga apenas o que lhe convém. E o povo, cada vez mais, percebe que a balança está quebrada — não por falta de peso, mas por excesso de ideologia.

Palavras-chave:
Justiça brasileira, inversão de valores, Débora Rodrigues, 8 de janeiro, condenação exagerada, batom STF, sistema penal, impunidade, crime e punição, Brasil contraditório.

Descrição:
Brasil: Onde pichar com batom é mais perigoso que matar
A inversão de valores no país onde vandalismo simbólico rende mais cadeia que crimes violentos.

Por:
Alex M. para OpenLinks

Arte:
Alex M.


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